não importam os ouvidos
nem o tempo a dispor
o que existe é expurgo
um tesouro sem valor
delirante por canais
recortados meio a poros
vê o corpo inflamado
por tristezas que não choro
os dizeres não mais fluem
na ferrugem do silêncio
sem desejo de ir além
a inércia se faz vício
hoje as chuvas de novembro
derramaram em socorro
com as unhas que insistem
fui rasgada desse corpo
pela pele, meu terreno
desarranjo o poema
finda febre de edema
escorrendo feito dreno
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