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poesia em espasmos, lampejos
    pequenos vagalumes

VAGALUMES 1_edited_edited.jpg

ARBÍTRIO 
ofereceu-lhe a tesoura
hora de cortar as cordas
livrou-se pelos pulsos

ÓVULO DO ACASO
Jogou-se pelo corredor
Prendeu-se no escuro
Tocaram-no: amor

PÉROLA DE RUBEM

soprou pequeno segredo

verso feito analogia

ostra triste é poesia

CACOS
um passa, outro quebra
desatenta insistência
quero cola

PAREM A MÚSICA
do começo, por favor
tempo de patins

eu sem freio

PEQUENO OÁSIS DE IMPRESSÕES
saudoso dos verdes-campos
abatido por cinzas
na agenda, um Monet

À MEIA NOITE INTEIRA
vida pelos ares, bares
modus operandi...busca
sapatos de cristal

VAZIO NO BAIXO-VENTRE
era para ser estrela

vida, pensei, seria

foi futuro que não viria

TRIZ DO ALÍVIO
décimo parapeito

olhos fechados, piso falso

espasmo hípnico...respiro

ARMADILHAS CIBERNÉTICAS
foto bolinou retinas

dedo traiu sensos

invasão...deu match

CIRCOBOOK
respeitável metamorfo, showtime

ajuste de máscaras

xis...selfie

FERIDAS E VINDAS
cur-ando desilusões

des-conhecia-te dor

jaz-ia sem medo

VIVALDI E O GERÂNIO
canta a todos curto tempo

flor aColhe, alegra dia

à amada bem-te-quero

PENSOU QUE SE BASTAVA
enguiçou no 4°
hora errada
alguém eleva dor

ÁGUAS FRIAS

o mar levou bilhete

em mãos, ao pescador

ilha dos cegos

OBSERVADOR INCAPAZ
falava de amor
foi encontrado
mostrou-se ator

BUSCA 
maomé não se movia
vestiu-se de montanha
distraiu-se no caminho

QUARTO VAZIO

moviam dedos

saiam verbos

não liam pranto

MÁSCARAS
ela espelho
pensou côncava
foi convexa

ENCONTRO
cercado por paredes
via somente recusas
entraram pela porta

NÃO ENCONTRO
porta aberta
acostumado a recusas
via paredes

SOU PÁSSARO FORMOSO 
só me resta um ano de asas
tartaruga tem cem anos
ela não pode voar

MÁQUINA DE VIVER
passou a limpo rascunho
surpresa fim da página
não tinha tecla undo

VINIL
ouvia lado A
risco, ligou tv
foi-se o B

PASSA-TEMPO
deixou cair, cara pintada
bala no retrovisor
abriu – corre, moleque

NA VARANDA
som do carro à distância
lá, vida vai
aqui, vazio fica

ALIMENTO DA TOSCANA 
mármores choravam
orelha na 48
abriu a marmita

PHOENIX
guerra perdida
jardim sem flor
asfalto da estrada

EU, TU, ELE
passado esquecido
presente repetição
futuro ilusão

   MENINOS DO TAÍGETO
       Expurgo
                Queda
                          Silêncio

QUEIMADA
inspirou verde-folha
ardeu cor de espatódea
expirou tons de cinza

FESTA DOS OUTROS 
dia de vida comum
do caminhão pula pra rua
papel de presente, garrafa vazia

MORTO VIVO
chutaram cabeça
calcanhares mordidos
saliva infectada

HORA ERRADA
cão desavisado
beira da estrada 
foi-se algo-z

CARTAS QUE MENTEM
quedou atordoado
pagou por futuro
sorriu em trocados

PICTOGRAFIA DO PEITO
mapa aberto
para o X, vire à esquerda
ler é preciso

VAGALUME
carinho inesperado
instante de luz
estrela que cai

AVISO AO NAVEGANTE DISTRAÍDO

fosse você ouvidos

vela, vento meu amigo

sopraria…fica comigo

VERDADE DE BRINCADEIRA

versão pariu um livro

leitura deu seu tom

fato esconde-esconde

VIVALDI E O CARVALHO

foram-se verdes

laranjas secos lhe pareço

meu colo, mil folhas

MEREÇO
lá, meu sossego
aqui, calvário
coco é pedra sem sapato

PARTIU FOGUETE

life ao norte

vida ao sul

alô, alô, marciano

O CORPO ANUAL

pele de jasmim perfume

arde peito, chama... (des)fruta

oferta braço cachecol

LOTUS

desejou visões do nada

paladar vegetal ...de lírio

exalou esquecimento

SETUP DA MÁQUINA: 1945

Conheci Oppenheimer

Distraiu, sabotei

Borracha no Manhattan

O VIAJANTE ANSIOSO 

Buscou-a nas cartas

Bola de cristal, mais adiante

Ela se foi no hoje

VITRINE À NOITE

dentro se viu estrela

fora, ela...cinderela

sonhar era vital

SALTO DA MENTE

Crianças correndo

Pássaros voando

Da cadeira, abriu asas

CIGANAGENS

As risadas se embriagavam

Gira, gira, pomba, gira

Acordou de ressaca

FAMÍLIA NAS NUVENS

Filha no norte, filho no sul

Marido lá, eu aqui

Todos zoom

ME DEIXA… HOJE… DE BOBEIRA

Jogado na rede

Sobrancelha deu sinal de vida

Virou… resmungou

VELHO ALBUM DE FOTOGRAFIAS

Tinha me esquecido

Perigo, perigo

Perdida no espaço

7 ARMAS PARA 10 AJUSTES

Sete lanças de Tomás

Dez mandâncias reforçadas

Ajustes em des_controle

SABOTARAM A ARRUDA 

Olhos gordos só de vê-la

Metida, show off

riu… caiu

DE QUALQUER JEITO

Perdeu o voo

Foi-se o trem

Pé na estrada

MEIAS VERDADES

Versão criou livro

Leitura deu tom

Fato não se achou

GULA E DERIVADOS

All you can eat

Sal de fruta, kopenhagen

A balança esbravejou

ROUND TRIP SEM RUMO

Dedos indóceis

Telas patinantes

Pouso no Atlântico

O CORDEIRO DESCONFIADO

Deixou de tomar a pílula

Viu mansos se jogarem

Morreu de ódio

MORREU DE MEDO DA FALTA

Paletó de madeira

Morreu pela terceira vez:

- Não tem gaveta?

DESEJOS SEROTONINÉRGICOS

Festa ontem, eu hoje

Que merda

Esqueci o bombom

VIVALDI E A NEVE

não te acanhas com ventos gélidos

canta o branco... (ac)alma-te

abraços acendem fogo

VIDA TEMpo de VALOR

para uns passado

queira ou não presente

gosto crer futuro

ETERNA COMPANHEIRA

Mesa para dois

Aniversário de casamento

Cadeira vazia

NARIZ CELESTIAL

Empossado, foi aos céus

Coroa roubada, cetro se foi

Ela em novo reinado

VIVALDI E O DIA QUENTE

canta o sol... tal peito ardente

não te queixas do suor

nele vê valor dos rios

MONÓLOGO CANSADO

aninhou-se entre paredes

eco cobrou retorno

não deu ouvidos

VIA DE MÃO ÚNICA

Implorou por retorno

Tempo não deu ouvidos

Sem contato, ela ficou pra trás

NARCISO ERA MÍOPE

Lançou castanhos penetrantes

Cheio de si, nada de mim

Eu fechada pra balanço

SE ESSA RUA FOSSE MINHA

antes de aqui passar

nem ladrilho, nem brilhante

você muro… eu dinamite

CAIU A FICHA NO PRESENTE

fosse possível regressar

máquina brincar com tempo

fogo nela eu poria

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