Ao chegar em casa, encontrou o pacote no capacho. Finalmente. Olhou para um lado e outro. Disfarçando, pegou a encomenda e entrou depressa. Se desconfiassem o plano teria que ser abortado.
A decisão era insistente. A possibilidade da liberdade levara o desejo à obsessão.
Seria naquele fim de semana.
Na sexta, no trabalho, deixou tudo arrumado. Recados em post-it para os colegas. Não voltaria mais ali. A condenação era certeza, voltar atrás não era opção.
Entrou para o quarto, trancou a porta. Abriu o pacote, leu as instruções. Precisaria ser certeiro. Planejou a rota de fuga. Agiu covardemente.
Dois dias se passaram. Sua falta só foi sentida na segunda.
A amiga ligou. Tarde demais. Cometera o assassinato de si mesmo.
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