top of page
Buscar
  • Foto do escritorIara

o conto de penélope

Venha, Penélope, fica e conta-me,

O que de fato tanto esperava?

O retorno do mito escolhido...talvez diria..

Ou em verdade revelaria que do real pela morte aguardava

Eu bem lhe vi...e ainda vejo

Que por detrás de interminável manto, à luz, os nós você tecia,

Mas entre linhas e em reservado canto, a sós, tais nós você desfazia.


Venha, Penélope, fica e conta-me,

Revela a mim o que tanto temia!

Decerto o futuro que incerto mas ao certo viria...

Quem sabe o presente que insistente lhe traz outra companhia

Eu bem lhe vi...e ainda vejo

Que foi com despercebido ardil ao pai sua vida ofertava,

Ignorando medos em tom pueril, desafio aos tolos você jogava.


Venha, Penélope, fica e conta-me,

Fala por fim o que mesmo sentiu

Ao deparar com tal sorte de uma vida que lhe impôs falsa morte

E quando Ulisses enfim retornou e seus tormentos em você despejou

Eu bem lhe vi...e ainda vejo

Que foi com infinito amor que ao homem novamente entregou

Seus dias de riso e pranto, seu corpo, sua alma, seus laços em manto.

15 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

más companhias

(um conto esquisito) Sentiu o peito chegar às costas, tamanha força que a companheira fazia para lhe prensar contra a parede. Suas discussões se tornavam cada vez mais nocivas, mais sentidas. Desiquil

a quebra do ovo de nuremberg

(conto ficcional iinpirado em um ser humano real) Acordou com a sensação de que algo seria diferente, sem saber se bom ou ruim. Parecia mais um incômodo. Coisa chata. Naquela altura da vida, as mudan

que te vaya, bonito

(conto) Naquele final de tarde chuvoso, chegou em casa com o desconforto de choro seco que aperta o peito. Sempre fora sensível aos dias molhados e melancólicos do agosto em Pueblo. Deixou as compras

bottom of page