de meus dedos saem verbos para mim mesma
ecoam no quarto vazio a mentira que preciso
violam experiências
desenham imagens futuras
de grafite espesso em papéis de seda frágeis
justificam quereres
abominam verdades
como trapaças jogadas em vida
perpetuam-se máscaras
figuras em espelhos curvos
escondem-se fraquezas
turvas conveniências
porém basta-me a presença
ora ausente nesses monólogos
calam-se os verbos diminutos
e ouvintes perplexos testemunham
que a falácia revelada
em verdade não se imuta
apenas recua em silêncio
e em meus lábios se oculta
Comments